O Papel Vital dos Programas Comunitários na Alfabetização e no Desenvolvimento do País

A alfabetização não é apenas um acto de ensinar a ler e a escrever — é a base sobre a qual se constrói a cidadania, o desenvolvimento social e o crescimento económico. Em Angola, onde milhares de crianças, jovens e adultos ainda não têm acesso pleno à escola formal, os programas comunitários de alfabetização têm-se revelado um verdadeiro pilar da transformação nacional.
Em muitos bairros urbanos e comunidades rurais, é nesses espaços alternativos — igrejas, quintais, centros comunitários — que se cumpre, de forma prática, aquilo que a Constituição da República de Angola garante como direito fundamental e que a Lei de Bases do Sistema de Educação define como obrigatório e gratuito. Quando o Estado não chega com a força necessária, a comunidade responde, mostrando que a alfabetização não pode esperar.
Estes programas têm um impacto directo na vida das pessoas. Para uma criança, aprender a ler significa poder continuar estudos e sonhar com um futuro diferente. Para um adulto, significa recuperar a dignidade de assinar o próprio nome, compreender documentos, aceder a serviços básicos. Mas o impacto vai muito além do individual: comunidades alfabetizadas tornam-se mais participativas, mais informadas e mais capazes de tomar decisões que afectam o seu desenvolvimento.
A alfabetização comunitária ajuda a quebrar o ciclo da pobreza. Famílias com acesso à educação têm maiores hipóteses de gerar rendimento, melhorar condições de vida e garantir oportunidades para as próximas gerações. Esse processo cria um caminho para a construção de riqueza geracional — uma riqueza que não se mede apenas em dinheiro, mas em conhecimento, autonomia e capacidade de transformar realidades.